Asco, repúdio e raiva.
Essa tríade, por mais forte que seja, não representa metade do que sinto.
Ontem, postei nos meus stories alertando sobre esse triste capítulo.
Como não tive resposta, venho publicizar, na esperança de retificação (administrativa).
O concurso de Delegado da Polícia Civil do estado de Santa Catarina trouxe a previsão de compatibilidade da participação de autistas.
Concurso dificílimo, passadas as fases de prova objetiva, discursiva, oral, TAF (…) restaram QUATRO pessoas identificadas com autismo.
Conversei, desde ontem, com três delas. Conhecendo um pouco da história. Não identificarei, mas algumas delas são meus alunos(as).
Depois do “edital inclusivo”, o certame se revela exatamente o oposto. Ou, sejamos ingênuos, alguém acha que é coincidência que os QUATRO foram reprovados em uma “perícia multidisciplinar”?
Os pareceres/justificativas, muito parecidos. Parece (claro que é só uma coincidência) algo de cartas marcadas.
E nem se diga que há incompatibilidade deles com o cargo. A própria lei ESTADUAL de Santa Catarina consolida os direitos das pessoas com deficiência prevê EXPRESSAMENTE que a compatibilidade com o cargo deve ser aferida durante o estágio probatório, como me alertou um desses candidatos.
Quero crer, de verdade, que foi um mal entendido. Um erro administrativo que será, em breve, corrigido.
Para que esse capítulo com notas de escrachado CAPACITISMO não se perpetue, cabe a nós – enquanto sociedade – provocar as instituições, especialmente a PCSC e o Governo do estado, que – sem dúvidas – não compactuam com esse tipo de postura.
Marquem as instituições, a mídia e quem puder auxiliar.
Os candidatos estão assustados e com medo de represália. É natural. Eu, de minha parte, não me silenciarei. Juntos somos mais fortes. Não basta não ser capacitista. É preciso ser “anti”.
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