Parece surreal. Na verdade, não parece. É (ao menos em minha visão)!
No último mês de setembro, o craque de futebol CR7 foi com seu time jogar no Irã. Lá chegando, soube que era um dos grandes ídolos de uma pintora chamada Fatemeh Hamami. Ela possui 85% do seu corpo paralisado e se notabilizou por realizar pinturas utilizando-se apenas dos seus pés.
A artista presenteou o jogador com um quadro de sua autoria e ele resolveu visitá-la para agradecer a gentileza e também dar publicidade ao seu belo e exemplar trabalho. Durante o encontro, deu-lhe abraços, posou para fotos e presenteou a jovem com uma camisa.
Algo humano e exemplar, correto? Errado. Ao menos para alguns grupos iranianos de juristas, que defendem a condenação do jogador a uma sanção de até 100 chibatadas. Isso porque, segundo eles, pelas leis do Irã, um homem comprometido (CR7 é casado) não pode sequer tocar uma mulher solteira que não seja da sua família e a pena por descumprir a regra é de 100 chibatadas.
Se isso, de fato, ocorrer e se confirmar eventual sancionamento, caso CR7 regresse ao país, ele será submetido ao castigo. Contudo, ainda há uma “esperança” para o jogador. É que a própria legislação admite uma espécie de perdão, emanado de ordem judicial, caso o condenado confesse e se mostre efetivamente arrependido.
Eu entendo que questões culturais são extremamente sensíveis e muito difíceis de se opinar.
Ainda assim, confesso que o resumo desse enredo – PARA MIM – é apenas possível de ser resumido em única e singular sentença: “quando um gesto de humanidade é punido com uma sanção absolutamente desumana”.
Em hipótese e contexto algum conseguirei normalizar e relativizar uma pessoa ser condenada por um gesto de gratidão e carinho e, tampouco, tolerar uma sanção bárbara de chibatadas.
Surreal e abjeto, na MINHA visão.
Vamos em frente!
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