Eu sempre gosto (e preciso, para fins profissionais) de ler e acompanhar os Anuários de Segurança Pública. Fiz uma primeira leitura e estudo do Anuário 2023 (referente ao ano de 2022) e compartilharei algumas conclusões iniciais.
Vamos a elas:
(a) Redução de 2,4% nos CVLI (crimes de violência letal intencional) – Apesar de uma ânsia fetichista por explicações simplistas desse movimento de redução, ele se justifica por uma multiplicidade de fatores. Ao contrário do que alguns acham (sem qualquer estudo), não se justifica pelo aumento de armas na população civil (não é achômetro). Destaco, entre as principais razões: (i) perfil demográfico de envelhecimento da população desde 2000, (ii) redução destacada nas regiões Norte e Nordeste e – principalmente – (iii) um movimento periódico de acomodação no novo tecido e rearranjo de organizações criminosas que, depois de vários conflitos, geram uma (perigosa) “paz de cemitério”.
(b) Mulheres como alvo prioritário de violência – Aumento de feminicídios, aumento de mortes contra mulheres (ainda que não qualificadas como feminicídio), ampliação de estupros contra mulheres, ampliação de crimes sexuais contra vulneráveis.
(c) Período pandêmico como um fator de redução de crimes violentos letais e ampliação nos delitos sexuais.
(d) Dados de mortes de policiais – Os policiais estão morrendo mais em confronto ou por lesão não natural em períodos de folga (em relação aos anos passados) e ampliaram o número de suicídios (MUITA ATENÇÃO). Em 2022, foram mortos 172 policiais assassinados e 82 suicídios.
(e) Perfil de PMs que foram assassinados em 2022 – Os policiais militares que foram assassinados eram, em sua imensa maioria, homens (98,4%), negros (67,3%) e principalmente na faixa entre 40 e 44 anos. O que revela que os policiais experientes foram os mais vitimados.
Essas são as minhas primeiras observações. Quem sabe, posteriormente, a gente possa conversar um pouco mais aprofundadamente sobre esse instigante e complexo tema.
Vamos em frente!
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