Prof. Pedro Coelho

APROVEITANDO O CASO ANA HICKMAN PARA APROFUNDAR O ASSUNTO SERIAMENTE!

Dediquei as primeiras horas da semana ao estudo de uma pesquisa bem interessante, atualizada e assustadora, publicada pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública sobre violência contra a mulher. O nome do estudo é “Visível e Invisível: A vitimização de mulheres no Brasil – 4ª edição, 2023”.

Confesso que não me debrucei sobre o tema envolvendo a apresentadora Ana Hickman, porém percebi que esse assunto de violência contra a mulher – muito por conta dos fatos ocorridos – encontrou eco na mídia e na opinião pública. Assim, parece-me um bom contexto para aprofundar de maneira séria sobre a temática.

Não sou um especialista no tema (muito longe disso), porém nutro a convicção de que todos temos que atentar aos dados e redobrar as preocupações acerca desse tema, por vezes gerador de um silêncio ensurdecedor. Os números só pioram e não podemos negligenciar isso.

Por conta disso, deixarei o estudo NA ÍNTEGRA lá no meu grupo do TELEGRAM (https://t.me/profpedrocoelho). Acessem, se inscrevam, baixem o arquivo e o estudem!

Deixarei alguns trechos destacados abaixo:
(i) Segundo a pesquisa conduzida pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública e pelo Datafolha, 33,4% das mulheres brasileiras com 16 anos ou mais experimentou violência física ou sexual provocada por parceiro íntimo ao longo da vida. 24,5% afirmaram ter sofrido agressões físicas como tapa, batida e chute, e 21,1% foram forçadas a manter relações sexuais contra sua vontade. Se expandirmos os resultados para as mulheres que afirmaram ter sofrido violência psicológica, como humilhações, xingamentos e insultos de forma reiterada, o percentual de mulheres que sofreu alguma forma de violência por parceiro íntimo chega a 43%.

(ii) O resultado indica que 43% da população feminina afirma ter vivencia do, ao longo da vida, ao menos uma das formas de violência apresentadas, em todas as situações tendo como autor um parceiro íntimo.

(iii) Em relação a escolaridade, são as mulheres apenas com ensino fundamental as mais vulneráveis. Praticamente metade das mulheres deste grupo populacional (49%) foram vítimas de violência por parte de parceiro íntimo ao longo da vida. Embora a prevalência entre mulheres com ensino médio (39,7%) e superior (43%) também seja elevada, chama a atenção que entre as mulheres com baixa.

(iv) Ou seja, mesmo com o relaxamento da pandemia, o espaço menos seguro para as mulheres continua sendo dentro de casa. A residência é o principal palco não somente das violências analisadas pela pesquisa, mas também do mais grave tipo de violência, a letal: conforme mostrou o 16º Anuário Brasileiro de Segurança Pública, em 2021, 65,6% dos feminicídios ocorreram nas residências (FBSP, 2022b).

Ótima semana, bons estudos e vamos em frente!


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